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quinta 25 abril 2024
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RESPOSTA DOS ARQUITETOS PARA ELABORAR O PROJETO

80 anos 6

Em 10 de Outubro de 1930, o júri atribui o primeiro lugar ao projecto Quivis Unus de Cottinelli Telmo, construído entre Setembro de 1931 e Dezembro de 1936, e o segundo lugar ao projecto Nina da equipa Carlos Ramos, Jorge Segurado e Adelino Nunes23. Ambas as propostas apresentam projectos estruturalmente modernos revestidos por uma pele cenográfica inspirada na arquitectura portuguesa do século XVIII, uma espécie de estilo português.
O concurso para Lamego coloca na sua essência um problema ideológico: demolir ou aproveitar o Convento das Chagas existente no terreno a construir o Liceu Latino Coelho. O projecto de Cottinelli, tal como o projecto da equipa de Carlos Ramos, assume a sua modernidade e faz tábua rasa do existente "porque lhe repugnava estropear uma obra de raiz com um enxerto sempre duvidoso"32.
Num terreno com um ligeiro declive a acompanhar a Avenida das Acácias e rematado no plano inferior pela Igreja da Misericórdia, o projecto Quivis Unus estabelece um sistema de composição com dois corpos longos, o corpo principal e o corpo da Educação Física, paralelos entre si e também paralelos à avenida. Estes dois corpos relacionam-se através de elementos perpendiculares - os recreios cobertos, as galerias de ligação e a entrada do corpo da Educação Física.
O corpo principal apresenta um volume longo "contido na extensão da Avenida das Acácias" onde se distribuem os serviços gerais, no primeiro pavimento, o ensino das Ciências, no segundo pavimento, e o ensino das Humanidades, no terceiro pavimento. A entrada, ao centro, define um eixo perpendicular que faz a ligação, por escada, aos pavimentos superiores e, por galeria coberta, ao corpo da Educação Física; a cota da entrada relaciona-se com a inclinação da avenida. As salas nos diversos pisos estão orientadas a nascente, o que define um extenso corredor orientado a poente, ficando garantidas as recomendações das Condições Especiais. No topo sul do corpo principal, fazendo um remate sobre a cidade, são colocados espaços especiais: a biblioteca, o laboratório de Física e a sala de desenho.
Os dois corpos perpendiculares são soltos do terreno por pilares definindo os recreios cobertos. Os pilares revestidos a pedra aproximam-se mais de uma arcada clássica do que de pilotis modernistas, permitindo, apesar da sua dimensão exagerada, criar transparências entre as diversas plataformas e a paisagem envolvente. A trama de pilares deixa adivinhar a organização dos espaços nos dois pisos superiores, onde se localizam as salas de aula especiais e, no segundo pavimento, o Museu.
O corpo da Educação Física é definido na composição geral por um corpo central (refeitório, aquário e vestiário) onde se faz a entrada e se desenvolvem as escadas de acesso ao segundo pavimento (associação escolar e médico escolar) e à galeria do ginásio. Ao corpo central associam-se os corpos laterais, a norte, o ginásio com um palco e, a sul, a piscina (transformada em campo de jogos) com os balneários.
O corpo das Oficinas liga-se ao corpo principal por uma galeria coberta que é um prolongamento do corredor interior. Este edifício bastante funcional é uma "caixa" com uma cobertura expressionista que também resolve a iluminação zenital. Na plataforma mais elevada a norte das Oficinas, implanta-se a casa do Reitor. Este edifício é tratado como uma moradia rural usufruindo de uma visão geral sobre todo o liceu "de acordo com a fiscalização suprema que este funcionário terá de exercer".
A fachada do liceu é concebida como uma espécie de cenário assumindo um carácter institucional e urbano na sua relação com a avenida e com o parque onde se realiza a feira. Este cenário, onde se utilizam "os teixos da entrada, os telhados de beirado e os cunhais e envasamento de alvenaria aparelhada", é "indispensável para dar ao edifício um 'ar Lamego'". Sendo esta, uma cidade com "uma construção incaracterística", apesar dos diversos monumentos, Cottinelli procura conferir identidade ao edifício e à cidade desenhando não um estilo nacional, mas um estilo local.
Vencida a monumentalidade da fachada principal, o restante conjunto aposta na simplicidade moderna como resposta funcional à variedade programática, às exigências higiénicas e à economia da solução. "As fachadas completamente lisas e com vãos bem proporcionados e distribuídos", os pátios atravessados por galerias, a luminosidade dos corredores, do ginásio e da piscina, os pavimentos de mosaico e os lambris de azulejo, contribuem para uma atitude moderna que aproxima o Liceu de Lamego dos Liceus de Beja e de Coimbra.
A mesma atitude é extensível aos sistemas construtivos onde Cotinelli recorre pontualmente ao betão armado, nas lages de pavimento, nas escadas principais e nas coberturas das galerias, rejeitando, no entanto, "os terraços de cimento armado [que nesta região] devem dar péssimo resultado prático". Assim, as paredes mestras em alvenaria ordinária de granito e os telhados com estrutura metálica introduzem uma verticalidade pouco moderna que Cottinelli enfatiza com os vãos verticais e com a estrutura e o envidraçado da escada principal.
As imagens em movimento, produzidas um pouco por todo o liceu pelo arquitecto - cineasta, ou o lettering de identificação dos espaços interiores, desenhadas pelo arquitecto - gráfico, remetem-nos para um universo bauhausiano. Estes elementos de desenho abstracto, modernista, passam a ser combinados com os "motivos característicos" de desenho revivalista e historicista, "numa convivência que tem ainda um sentido ecléctico"35.
O projecto Nina da equipa Carlos Ramos, Jorge Segurado e Adelino Nunes segue os mesmos princípios de Cottinelli Telmo quanto à necessidade de adotar uma solução contextualista de acordo com o carácter da região. No início da memória descritiva os autores esclarecem as condições que justificam o partido e o aspecto exterior do edifício:
"O carácter de toda aquela arquitectura sombria da cidade, o dos edifícios envolventes em relação ao terreno dado, e ainda a inclusão dentro da massa geral dessa área, da antiga Igreja da Misericórdia, impunha-nos quanto à preferência de qualquer estilo arquitectónico, a adoptar uma determinada solução: entrariam em jogo elementos tradicionais dos nossos séculos XVII e XVIII que naquela província tomaram em função do material predominante, o granito, um carácter tão especial e tão másculo, com os seus fortes pináculos, os seus perfis imprecisos e seu rústico e tantos, tantos outros motivos que não tivemos a veleidade de pretender representar". No entanto, "a simplicidade impunha-se face ao programa estabelecido"36.
De facto, a proposta apresentada joga com dois critérios diversos, para não dizer paradoxais: por um lado, a imposição de um estilo tradicional, o barroco de Lamego e, por outro, a articulação de volumes, correspondentes a três distintos elementos programáticos (Educação Física, corpo principal e o corpo dos Laboratórios e do Museu), nas três plataformas desniveladas do terreno de "perfil trágico".
Na plataforma intermédia sobre a Avenida das Acácias, a planta do corpo principal utiliza um partido beauxartiano, clássico e simétrico, dispondo, em volta de um pátio de recreio, o programa relativo aos Serviços Centrais, ao Ensino das Humanidades e Sciências, à Biblioteca e aos Trabalhos Manuais. A poente, um longo corredor liga o corpo principal ao corpo da Educação Física, situado na cota mais baixa, em estreita relação com a igreja da Misericórdia e com o jardim do Campo da República, gozando assim da necessária independência. Procurando também algum isolamento, o corpo dos Laboratórios e do Museu mantém a ligação ao Ensino das Sciências do corpo Principal e implanta-se, a norte, na plataforma mais elevada do terreno; esta implantação permite estabelecer uma relação directa com os terrenos para culturas, o aquário, a estufa e o posto meteorológico. Nesta plataforma localiza-se a Casa do Reitor, curiosamente na mesma área proposta por Cottinelli Telmo.
Na verdade, o Notícias Ilustrado, não constituindo uma imprensa especializada, dá a notícia do concurso para os liceus numa "campanha nacionalista mostrando aos portugueses os grandes valores modernos de Portugal"37, onde refere com entusiasmo "as linhas elegantes e modernas deste 2.° prémio"38.

Bibliografia
22 "Aviso de Concurso para a Elaboração do Projecto do Edifício Destinado à Instalação Definitiva do Liceu de Latino Coelho", Diário do Governo, II Série, nº 144, 25.06.1930, p. 2013.
23 Horácio Afonso de Mesquita, "O Liceu Latino Coelho", Liceus de Portugal, 1943, p. 1816. Do terceiro projecto apresentado a concurso e que este autor refere não se conhece qualquer documento.
32 Cottinelli Telmo, Memória Descritiva e Justificativa do Projecto para o Liceu Nacional de Latino Coelho em Lamego. Divisa: Quivis Unus dact., espólio Cottinelli Telmo. Neste texto as citações não identificadas são extraídas desta memória descritiva e justificativa.
35 João Paulo Martins, Cottinelli Telmo / 1897-1948, a obra do arquitecto, op. cit., p. 165.
36 Carlos Ramos, Jorge Segurado e Adelino Nunes, Memória Descritiva do Projecto para o Liceu Nacional de Latino Coelho. Divisa: Nina dact, espólio Carlos Ramos 27.IX.1930, p. 1.
37 "Um grande arquitecto moderno", Notícias Ilustrado, nº 123, 2.ª Série, 19.10.1930, p. 13. Este número dedicado a Cottinelli Telmo, "o maior artista da arquitectura dentro da sua geração" é o primeiro de uma série de três; o nº 124 é sobre "Projectos para o Liceu de Lamego" e o 125 sobre "Os novos liceus do país", onde apresenta o liceu Fialho de Almeida em Beja e o Júlio Henriques em Coimbra.
38 "Projectos para o Liceu de Lamego", Notícias Ilustrado, nº 124, 2.ª Série, 26.10.1930, p. 9.

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